O prefeito de Canoinhas, Beto Passos (PSD), renunciou ao cargo na tarde desta terça-feira (5). O político está preso desde 29 de março.
O advogado dele, Marlon Charles Bertol, anunciou a renúncia horas antes da Câmara de Vereadores votar sobre a abertura de um processo de impeachment do chefe do executivo municipal.
A declaração foi enviada pela defesa por e-mail para a Câmara e lida na sessão do início da noite. De acordo com o texto, a decisão tem razões pessoais, sem relação com o pedido de impeachment.
A Câmara de Vereadores, mesmo após a renúncia, votou o pedido para instaurar o processo de impeachment de Passos e do vice, Renato Pike (PL).
A solicitação de procedimento para cassação dos mandatos foi aprovada por unanimidade.
Através de sorteio foi montada uma comissão avaliadora que deve conduzir os trabalhos, formada pela presidente Silmara Gontarek (UB), o relator Marcos Homer (Podemos) e ainda Maurício Zimmermann (PL).
Pela ordem, assumiria o cargo o vice Renato Pike, que permanece preso. Com isso, se mantém na cadeira de prefeito o presidente da Câmara, Willian Godoy.
Operação
Em 29 de março, Beto Passos e Renato Pike foram presos na sétima fase da Operação Et Pater Filium, que apura crimes de organização criminosa, peculato, fraudes à licitação, corrupção e lavagem de dinheiro referentes a contratos de prestação de serviços nas áreas de educação e infraestrutura.
A operação cumpriu 14 mandados de prisão e 47 mandados de busca e apreensão em quatro cidades do Norte de Santa Catarina e uma no Paraná.
A força-tarefa é fruto do desdobramento das investigações realizadas das fases anteriores da operação que se apuraram crimes contra a administração pública e outros na região do Planalto Norte, envolvendo agentes públicos e particulares.