Há aproximadamente 50 dias, Santa Catarina registrou o ataque à creche, em Blumenau. No episódio, quatro vidas foram ceifadas e muitas outras impactadas devido à crueldade do crime.
Em contrapartida ao ocorrido, a Câmara Federal realiza nesta quarta-feira, 24, às 15 horas, uma audiência pública para debater e traçar estratégias de enfrentamento à violência nas escolas em âmbito nacional.
“Este é um assunto de extrema importância, que precisa ir além da nossa indignação diante do ocorrido, precisamos encontrar caminhos para prevenir e coibir esse tipo de crime”, destaca a deputada federal Geovania de Sá, uma das proponentes da audiência.
Somado ao crime de 4 de maio de 2021, em Saudades, Santa Catarina registrou dois atentados em menos de dois anos, uma triste estatística que se replica a nível nacional. No Brasil, nos últimos 22 anos, 24 casos de ataques à escolas já foram registrados, mais de um caso por ano.
Marcelo Bini, investigador federal dos Estados Unidos, um dos convidados para a audiência, salienta que a redução desse índice passa pelo enfrentamento do problema.
“Os atos de terrorismo doméstico envolvendo ataques às escolas precisam ser enfrentados e discutidos. Esse tipo de ato covarde já está presente há alguns anos e já existem ferramentas e abordagens implementadas com sucesso. Utilizando estudos que envolvem a prevenção, reação e recuperação em casos de agressores em escolas, é importante desmistificar e implantar soluções eficazes no combate desse mal”, pontua o especialista em investigações e programas de prevenção e reação em situações com agressores ativos.
Além da parlamentar catarinense, as deputadas Erika Hilton e Luizianne Lins também requereram a realização do encontro. A audiência contará com a participação de representantes do Ministério da Educação, Ministério da Justiça e de Segurança Pública, Ministério Público Federal e cinco especialistas:
Daniel Cara - Professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo;
Letícia Oliveira - Especialista em monitoramento on-line de agrupamentos de extrema-direita;
Catarina de Almeida Santos - Professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília-UnB;
Juliana Cunha - Psicóloga e Diretora na SaferNet Brasil;
Marcelo Bini - investigador federal dos Estados Unidos e atua nas investigações e programas de prevenção e reação em situações com agressores ativos.