Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro Benedito Gonçalves, relator da ação contra Jair Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), encaminhou seu voto, na noite desta terça-feira (27), para tornar o ex-presidente inelegível.

A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), de autoria do PDT, apura um suposto abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação nas eleições de 2022. Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, também responde ao processo.

O caso gira em torno de uma reunião com embaixadores realizada em 18 de julho de 2022, quando Bolsonaro fez críticas ao sistema eleitoral brasileiro. Na ocasião, o evento foi transmitido pela TV Brasil e pelas redes sociais.

Em seu voto, que durou cerca de três horas, Benedito Gonçalves afirmou que "Bolsonaro foi integral e pessoalmente responsável pela concepção intelectual do evento objeto desta ação". Ele, no entanto, absolveu Walter Braga Netto em razão de "não ter sido demonstrada sua responsabilidade" no ocorrido.

Para Benedito Gonçalves, Bolsonaro praticou a "conduta ilícita" para beneficiar "sua candidatura à reeleição ao cargo de presidente da República". Ele também disse que o ex-chefe do Executivo criou "inimigos imaginários" e tinha o objetivo de difundir "desconfianças e conspiracionismo".

Devido ao horário, a votação da Aije será retomada na próxima quinta-feira (29). Ainda faltam votar os ministros Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Nunes Marques e o presidente Alexandre de Moraes.

Se for condenado pelo TSE, Jair Bolsonaro ficará inelegível por oito anos.