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Hemosc fornece sangue raro para paciente em estado de emergência no Recife
17/08/2023 08:00 em Saúde

 

Um homem de 62 anos recebeu um tipo sanguíneo raro em caráter emergencial do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc). O concentrado de hemácias Vel negativo foi enviado para o paciente em Recife diagnosticado com anemia falciforme e doença renal crônica, que teve uma isquemia e precisou de uma cirurgia de urgência. Segundo dados da última atualização do Cadastro Nacional de Sangue Raro, há apenas quatro doadores com esse tipo de sangue – dois identificados em Santa Catarina e dois em São Paulo.

 

O sangue com fenótipo Vel negativo é uma variedade sanguínea muito difícil de se fornecer em diversas regiões. A obtenção desse tipo sanguíneo requer um processo de solicitação à Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, através do Cadastro Nacional de Sangue Raro.

 

 

 

O atendimento a essa demanda é viabilizado graças aos esforços do laboratório de Imuno-hematologia do HEMOSC, uma instituição pública vinculada à Secretaria Estadual de Saúde, gerenciada pela FAHECE, que investiu significativamente no desenvolvimento de um amplo cadastro de doadores.

 

“Investimos constantemente em atualização de tecnologia e desenvolvimento de estudos e capacitação de pessoas para atuarmos com excelência atendendo aos pacientes onde quer que estejam e sempre contando com a generosidade dos nossos doadores”, afirma a diretora do Hemosc, Patrícia Carsten.

 

Segundo Everaldo José Schörner, um bioquímico do HEMOSC que participou da pesquisa, poucos centros de hemoterapia no país conduzem testes desse tipo de fenotipagem, pois não faz parte dos exames de rotina obrigatórios.

 

“Aplicamos uma metodologia que permite chegar a esses resultados. Somos um dos hemocentros que mais enviam bolsas com tipos raros de sangue no país”, afirma.

 

No Hemosc, está em andamento um projeto de mestrado liderado por Danielle Siegel, uma bioquímica vinculada ao laboratório de Biologia Molecular, Microbiologia e Sorologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O projeto tem como objetivo rastrear doadores de sangue com o fenótipo Vel negativo por meio de triagem molecular, utilizando material genético de pools de plasma de doadores de sangue. Este esforço visa identificar e catalogar potenciais doadores no Hemosc.

 

Conforme Schörner, que também é co-orientador de Danielle neste projeto, a estimativa é de que a frequência do fenótipo Vel negativo em Santa Catarina seja de cerca de uma em sete mil pessoas. Apesar de sua raridade, esse fenótipo possivelmente é mais prevalente entre os doadores catarinenses em comparação com outros estados brasileiros. Ele é mais comum em descendentes de populações do norte da Europa.

 

Além dos tipos sanguíneos mais conhecidos, como A, B, AB e O, RhD positivo e negativo, a Sociedade Internacional de Transfusão de Sangue (International Society of Blood Transfusion - ISBT) classificou mais de 380 antígenos em 44 sistemas de grupos sanguíneos diferentes. Os anticorpos anti-Vel têm importância clínica significativa devido à sua associação com reações transfusionais hemolíticas graves, incluindo relatos de óbitos relacionados a essa incompatibilidade. Isso ressalta a importância da metodologia adotada no Hemosc.

 

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