Aqueles que sintonizaram no jogo entre Brasil e Canadá na última sexta-feira, dia 1, puderam notar que, na última posse de bola da Seleção, o técnico Gustavinho não foi quem orquestrou a jogada. Talvez para o grande público, o assistente segurando a prancheta fosse um rosto desconhecido, mas para os membros da comunidade do basquete catarinense, Vitor Galvani era facilmente reconhecível. Na verdade, para aqueles familiarizados com o cenário do basquete brasileiro, o nome de Vitor Galvani já é bastante conhecido, pois ele acumula feitos significativos na base do esporte, incluindo o título do Sul-Americano Sub-18 e a medalha de prata na Copa América Sub-18 de 2022.

— Desde o início, meu sonho sempre foi poder vestir a camisa da Seleção Brasileira, de querer ajudar o basquete brasileiro de alguma forma, pois acho que temos potencial para competir com as grandes nações no mundo. Então, para mim é um momento de realização de um sonho, mas também de uma responsabilidade por saber o quanto essa camisa representa — afirma Galvani.

Vitor Galvani, Helinho (assistentes) e Gustavo de Conti (técnico) são os técnicos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo (Foto: Divulgação CBB)

Nascido em São Paulo, Galvani cresceu em Joinville e iniciou sua jornada como atleta na AABJ em 2003, quando tinha apenas 11 anos. Ele continuou nesse caminho até os 19 anos, quando optou por trocar os tênis pela prancheta. Durante os anos de glória do Basquete Joinville, liderado por José Neto, ele aproveitou ao máximo a oportunidade de aprender e se dedicou ao estudo aprofundado do esporte, o que o ajudou a ganhar um espaço cada vez maior nas equipes técnicas. O Basquete Joinville teve sua última participação no NBB na temporada 2018-2019.

Posteriormente, Vitor Galvani ingressou no Corinthians e, em pouco tempo, conquistou seu espaço nas Seleções de Base, além de se tornar parte da comissão técnica de Gustavo de Conti. Ele desempenhou um papel fundamental na conquista da medalha de prata na AmeriCup 2022 e na trajetória que culminou na Copa do Mundo de 2023, incluindo o jogo emocionante entre Brasil e México, realizado em Jaraguá do Sul, em agosto de 2022.

— É um orgulho ter jogado e feito meu início de carreira dentro do estado, porque eu sei o quanto a Federação cresceu muito nos anos que eu estive aí e continuo vendo o quanto segue crescendo. Quando fomos para Jaraguá do Sul com a Seleção Brasileira, eu brincava com os atletas falando que era o melhor estado, e, chegando lá eles viram toda a receptividade, a festa e viram que era verdade o que eu disse — conta Galvani.

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As realizações recentes de Vitor Galvani incluem sua participação na última G-League com o Mexico City Capitanes, além de ter acompanhado o Cleveland Cavaliers na Summer League de 2022. Ele mantém o sonho de chegar à NBA e enfatiza que sua trajetória no basquete de base em Santa Catarina foi fundamental para seu progresso e para seus futuros passos.

— Comecei a ajudar nos treinos aos 19 anos e eu nem fazia ideia do quão valioso era isso, de trabalhar com tantas categorias de base, de ter jogo todo final de semana. É um diferencial para os atletas e também para os técnicos. Num dia era sub-12, no outro era sub-15, na outra do sub-13 e tudo isso foi me preparando para falar com os atletas, saber montar e mudar uma estratégia, saber a hora de pedir um tempo. Podemos estar em clínicas e estudar, mas enquanto não estamos praticando não nos desenvolvemos tanto e tive muita possibilidade de fazer isso no basquete catarinense. Quando hoje eu percebo que tenho facilidades para fazer alguma estratégia, analisar o jogo, montar um vídeo para mostrar aos atletas, vejo que estou colhendo frutos do que plantei lá atrás — completou o assistente da Seleção.