Polícia investiga caso de maus tratos: crianças eram amarradas com camisa de força em escola de SP
Segurança
Publicado em 16/03/2022

Uma escola infantil particular está sendo investigada por suspeita de maus-tratos aos alunos, na Vila Formosa, Zona Leste de São Paulo.

 

Um vídeo publicado na internet mostra pelo menos quatro crianças chorando, amarradas com os braços presos por panos, como se estivessem numa “camisas de força”, no banheiro da escola. As informações são do portal G1.

 

Nas imagens, as crianças aparecem dentro do banheiro da escola, sentadas em cadeirinhas de bebês, que estão no chão, embaixo de uma pia, perto da privada.

 

De acordo com o G1, as imagens foram gravadas na Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, em São Paulo, que é alvo de um inquérito policial aberto na Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) da 8ª Delegacia Seccional.

 

Além da atual investigação do caso por maus-tratos, a delegacia investiga a unidade escolar por suspeita de periclitação da vida e da saúde, que é colocar a vida das crianças em risco, e fazê-las passarem por vexame ou constrangimento.

 

Em entrevista ao G1, uma das mães das crianças disse que identificou seu filho em dois vídeos e prestou depoimento à polícia.

 

“Identifiquei meu filho em dois vídeos. O primeiro, ele estava em um banheiro com mais quatro crianças amarradas, e no segundo, estava chorando com mais três bebês em uma sala no escuro”.

 

A mãe relata que seu filho ficou com sequelas.

 

“Vem apresentando um nervosismo intenso, dificuldade para dormir, ele chora quando vamos colocar ele na cadeirinha do carro, sabe. Nós achávamos que era de desenvolvimento dele, mas hoje com todas essas informações sabemos que é devido à forma que ele era tratado. Ele estudava lá desde os 11 meses.”

 

Além dela, outros pais de alunos, alguns professores e funcionários da Colmeia Mágica já prestaram depoimentos na polícia.

 

Eles acusaram a diretora como responsável pelos maus-tratos.

 

Segundo a reportagem do G1, situações dessa natureza eram corriqueiras.

 

A mãe de uma menina de 1 ano e 4 meses contou que "algumas professoras informaram que as crianças passavam o dia todo de castigo na sala dela [da diretora]" e que "as crianças que estavam fazendo desfralde ficavam trancadas no banheiro por horas. [...] Minha filha ficava sem comer. As crianças que choravam muito eram amarradas no bebê conforto com um lençol, como se fosse uma 'camisa de força' e deixava eles trancados dentro do banheiro."

 

Outra mãe disse que o filho de 2 anos voltava chorando para casa depois de ficar na escola.

 

"As professoras falaram que não sabiam o que acontecia lá dentro, mas ouviam os gritos dele chorando muito e ela [diretora] gritando mandando ele calar a boca."

 

Ela disse que ainda ouviu de uma professora que "a diretora jogou um copo de água gelada na cara dele [do seu filho] e mandou ele acordar para a vida."

 

A polícia pediu um mandado de busca e apreensão na escola por haver indícios de que os crimes seriam recorrentes.

 

A Justiça autorizou, na semana passada, que policiais recolhessem lençóis que poderiam ter sido usados para amarrar as crianças.

 

O celular da diretora da escola também foi apreendido para análise.

 

A perícia confirmou que os vídeos que circulam na internet foram gravados na escola.

 

Até o momento ninguém foi responsabilizado pelos crimes.

 

A escola Colmeia Mágica já havia sido investigada há cerca de dois anos por suspeita de maus-tratos contra um aluno.

 

Em 2010, uma outra aluna de aproximadamente 4 meses morreu num hospital após ter passado mal dentro da instituição.

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