Vereadora e cúmplices são denunciados por matarem idoso por causa de imóvel em SC
Segurança
Publicado em 05/04/2022

A 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Maravilha, no Oeste de Santa Catarina, denunciou a vereadora do Município de Tigrinhos e mais três homens por homicídio.

 

A vereadora e um dos denunciados - que estavam presos temporariamente - tiveram a prisão preventiva decretada a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) no último sábado (02/04) e também foram denunciados por denunciação caluniosa.

 

Segundo informações do site campoere.com, trata-se da vereadora Juliana Pereira de Oliveira e seu companheiro.

 

A 2ª PJ também requereu o envio de cópia da ação penal pública à Câmara de Vereadores de Tigrinhos para embasar a instauração de um processo de cassação do mandato da parlamentar.

 

Os crimes ocorreram nos dias 3 e 4 de fevereiro deste ano. No dia 3/2, a vereadora e um dos denunciados teriam se dirigido à Delegacia de Polícia de Tigrinhos e registrado uma ocorrência em que afirmavam que a vítima - Osmar Alves Pereira, morador da casa que a denunciada afirmava ainda ser dela - se recusava a desocupar o imóvel e havia a ameaçado com um facão quando ela fora até o local para lhe pedir que ele abandonasse a casa.

 

Mas essa ameaça nunca foi feita, conforme comprovaram as investigações.

 

O terreno e a casa já não pertenciam a ela há cerca de seis meses, quando foram entregues a uma cooperativa de crédito como pagamento de uma dívida dela com a instituição financeira.

 

Apesar disso, a denunciada continuaria exigindo que o ocupante do imóvel, que fora seu inquilino, continuasse pagando aluguel a ela ou desocupasse a casa por falta de pagamento.

 

Ocorre que o imóvel já não pertencia mais à denunciada e o morador tencionava adquiri-lo diretamente da cooperativa de crédito.

 

As apurações concluíram que a falsa comunicação da ameaça teria "o objetivo de conseguir impunidade em relação ao crime de homicídio que viria a ser praticado no dia seguinte", conforme consta na ação penal pública.

 

E a denunciação caluniosa só não se consumou porque acabou sendo revelada durante as investigações da morte do morador.

 

No dia 4, a vereadora e o cúmplice que a acompanhara na delegacia teriam se unido a outros dois acusados e se dirigido, em dois carros, até a antiga propriedade da parlamentar.

 

Esses últimos teriam ajudado no transporte da vereadora e do seu comparsa, além de terem ocupado posições estratégicas na propriedade com o objetivo de impedir a fuga da vítima.

 

O idoso que morava no local e se recusava a abandonar a sua moradia foi morto com cinco tiros, que teriam sido disparados pelo cúmplice da vereadora, que teria ido ao local com um revólver escondido sob suas roupas.

 

A vereadora e o seu primeiro comparsa foram denunciados por homicídio duplamente qualificado - pelo motivo torpe e por ter sido cometido sem dar chances de defesa à vítima - e por tentativa de denunciação caluniosa.

 

Os outros dois foram denunciados por homicídio qualificado pela dificuldade de defesa à vítima e a eles foram impostas medidas cautelares pessoais para garantia da ordem pública.

 

Para o Promotor de Justiça Marcos Schlickmann Alberton, a captura dos dois envolvidos em outro município, logo após o fato, pela Polícia Militar, assim como a investigação da Divisão de Investigação Criminal de Maravilha, da Polícia Civil, com diversas medidas investigativas não convencionais, foram fundamentais para desvendar os crimes e para responsabilizar todos os indivíduos envolvidos na execução do homicídio.

 

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