Alexsander Lorran Figueiredo, de 27 anos, morreu ao levar um choque enquanto instalava uma bomba de água para garantir o abastecimento de três famílias no bairro Ribeirão Fresco, em Blumenau.

O acidente aconteceu no fim da tarde desta quarta-feira (27) na comunidade conhecida como Morro da Garuva. Os bombeiros chegaram a ser mobilizados, mas a vítima já estava sem vida.

O homem morava no local há cerca de cinco meses com a esposa e os dois filhos. Sem abastecimento por parte do Município, os moradores da região captam água de uma nascente na parte baixa do morro.

Nesta quarta, por volta das 17h, Alexsander e a esposa desceram na mata para instalar mais uma bomba, que ajudaria a levar a água até as casas na parte alta da comunidade.

Alexsander teria encostado em um fio energizado e levou um choque. A esposa tentou salvá-lo e também levou uma descarga elétrica, mas sobreviveu e passa bem.

Os bombeiros estiveram no local e fizeram a retirada do corpo. Por ser um local íngreme, em meio à mata, o trabalho durou algumas horas. A vítima precisou ser colocada em uma cama rígida e ser puxada por uma corda até a estrada.

Bastante abalado pela perda do vizinho, José Olavo da Conceição conta que chegou a correr para socorrer Alexsander, mas não havia nada a ser feito. A bomba que a vítima iria instalar ajudaria a chegar água na casa dele também. Na manhã desta quinta, ainda consternado, planejava trocar a bomba. Ao Santa, mostrou o lugar onde era para a água jorrar e relata não ter esperança de ver a água chegar por uma rede pública.

Problema sem solução?

De acordo com a Samae de Blumenau, o Decreto 10.809-2015, no artigo 77, não faz ligação de água em áreas não regularizadas pela Prefeitura, como é caso de onde ocorreu o acidente. Ainda foi informado que existe uma proibição vinda do Ministério Público para não executar essas ligações.

A solução para o problema seria a regulação fundiária da região, sendo que o Morro da Garuva está na lista das Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis), segundo o Decreto 8589/2007. O documento de 14 anos atrás previa o prazo de 120 dias para apresentação dos Planos Urbanísticos Específicos, mas até hoje não teve solução.

A Secretaria de Desenvolvimento Social, responsável pela regularização fundiária, informou que “o Morro da Garuva está nas próximas prioridades, no momento está sendo feito levantamento de documentação para poder seguir para as outras etapas”.

Com informações do NSCTotal