Foto: Prefeitura de Guaramirim/Divulgação

Cerca de mil profissionais de todas as secretarias da Prefeitura de Guaramirim passaram por treinamento sobre a escuta de crianças e adolescentes vítimas de violência.

A formação, que aconteceu nesta semana na Câmara Municipal, também foi transmitida ao vivo pelo Youtube.

O município é o primeiro da região a adotar protocolo para nortear a conduta do ouvinte que acolhe a denúncia, com o principal objetivo de acolher a denúncia sem provocar novos traumas nas vítimas.

Para a Secretária de Desenvolvimento Social e Habitação, Neuci Delai, esta é uma forma de fortalecer o trabalho desenvolvido pela pasta no que diz respeito à atenção à infância e adolescência, mas destaca também que a rede de proteção conta com outros setores da Prefeitura.

“Toda nossa rede hoje está unida, incluindo Educação, Saúde, Desenvolvimento Social, entre outras secretarias e órgãos importantes, pois diversos desses setores podem passar pelo momento de receber uma denúncia”, disse. Somente da Secretaria municipal de Educação, foram 600 profissionais que acompanharam a transmissão.

Neuci explica que a Escuta Protegida evita que a vítima, que já passou por um momento extremamente traumático, tenha que contar novamente o que ocorreu para várias outras pessoas.

Segundo a Secretária, isso faz com que ela reviva a situação de violência pela qual passou.

“A escuta é o momento de a gente escutar o que as crianças ou adolescentes vão relatar. Escutar, e não perguntar. O protocolo de atendimento orienta que quem escuta acolha a vítima e encaminhe a denúncia para um profissional competente, como um psicólogo ou outro profissional da rede, para essa criança ser atendida. Isso para não revitimizar a criança, não ficar repetindo o que aconteceu, porque isso deixa ela ainda mais triste. Esse é o papel da Escuta Especializada”, afirmou.

O psicólogo Rudinei Luiz Beltrame, que ministrou o treinamento, destaca que o fluxo estabelecido no protocolo de atendimento às crianças e adolescentes também tem papel fundamental para a preservação da vítima.

“É importante que ao receber esse tipo de denúncia, ela seja tratada com todo zelo, todo cuidado, com ética, ou seja, essa informação seja compartilhada com os profissionais responsáveis por dar andamento à situação, pessoas que fazem parte da rede de proteção estabelecida no município. Isso para preservar a identidade da vítima, para não constrangê-la, e garantir que de fato ela tenha seus direitos reparados, e não seja exposta ou revitimizada, e que tenha protegidos esses direitos”, concluiu Beltrame.

Também participaram da formação integrantes do Conselho Tutelar, das escolas estaduais, das escolas particulares, das organizações da sociedade civil, do judiciário, do Ministério Público, da Polícia Civil, da Polícia Militar, dos Bombeiros, e demais órgãos da rede de proteção.

O treinamento está disponível no YouTube e pode ser acessado clicando aqui.