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O governo venezuelano prendeu 33 pessoas em um bar LGBT+ em Valencia no último domingo, em uma ação que, segundo jornais locais, não foi embasada em ordem judicial e revoltou ONGs e ativistas LGBTQIA+ do páis.
As informações são da Folha de São Paulo.
A Polícia Nacional Bolivariana afirma que os frequentadores se gravavam e pretendiam comercializar material pornográfico, e que teria agido após uma denúncia anônima.
O órgão teria exposto os nomes e documentos dos presos antes que eles fossem apresentados a um juiz - o que ocorreu apenas na quarta-feira - e soubessem do que eram acusados, entre outros delitos, de poluição sonora e atentado ao pudor.
O último, segundo o Código Penal, seria crime apenas se cometido em público, o que não foi o caso no último domingo.
"Ser homossexual não é delito", afirmou a mãe de um dos detidos, em frente ao Palácio de Justiça do Estado de Carabobo, onde manifestantes se reuniram nesta quarta.
A Anistia Internacional da Venezuela disse que "33 pessoas foram acusadas de homossexualidade em 2023" e, de acordo com o Observatório de Violências LGBTIQ+, funcionários do governo tentaram extorquir familiares dos presos.
Na quarta, 30 dos detidos foram liberados, mas o dono do local e dois massagistas seguem presos e devem apresentar fiadores para a sua liberação.
A operação acontece no mesmo momento em que o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, estreita suas relações com as igrejas evangélicas locais, em mais uma estratégia para se manter no poder.