El Niño e La Niña influenciaram 20 desastres em SC em quase 50 anos
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Publicado em 18/10/2023

As fortes chuvas que inundaram municípios catarinenses durante a primeira quinzena de outubro tem uma característica em comum com outros oito desastres registrados nos últimos 49 anos em Santa Catarina: a presença do fenômeno El Niño. A condição traz mais chuva para o Sul do país e, consequentemente, episódios que vão desde inundações até a formação de tornados.

 

 

Além das chuvas de outubro, que deixou municípios do Vale do Itajaí alagados por mais de dez dias, também tiveram influência do El Niño os tornados que atingiram Guaraciaba, em 2009, e Xanxerê, em 2015, no Oeste do Estado, e as inundações de maio de 1992.

 

 

Porém, outro fenômeno também é apontado como um dos principais influenciadores dos maiores desastres registrados no Estado nas últimas quatro décadas. Dados da Defesa Civil de Santa Catarina apontam que ao menos 11 casos foram influenciados pelo La Niña, que é caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico e também pode causar chuva intensa, mas em episódios menores de tempo.

 

— Nos anos de La Niña há menos chuva. Para que os eventos consigam quebrar os índices, eles têm que ser extremos; Já no El Niño, nós temos dias seguidos de chuvas e é o que temos observado: chuvas muito recorrentes que vem causando esses desastres nos últimos dias — explica Frederico Rudorff, da Coordenadoria de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Santa Catarina.

 

As inundações de novembro de 2008 no Alto Vale, que terminaram com 135 mortos e dois desaparecidos, ocorreu durante a influência do La Niña na atmosfera. As enchentes de 2011, que deixaram parte dos municípios da região embaixo d’água, também ocorreram em anos em que o fenômeno intervém no tempo.

— Santa Catarina é um estado que sempre é influenciado por vários sistemas e sempre precisa estar preparado. Nós temos que nos preparar para eventos de chuvas frequentes — pontua Frederico.

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