Estudantes de todo o país se preparam para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que será realizada nos dias 5 e 12 de novembro. O primeiro domingo terá Ciências Humanas e Linguagens e Códigos, além da redação. As possibilidades de temas são diversas, mas entre temas em destaque no noticiário global neste ano, estão inteligência artificial, diante de novas tecnologias como o ChatGPT, meio ambiente, com eventos relacionados à situação climática e alguns conflitos existentes, incluindo a guerra na Ucrânia com invasão russa e, agora, a mais recente escalada dos embates entre Israel e o grupo Hamas, em meio à segregação de povos palestinos.
Como é impossível simplesmente adivinhar o tema da prova, é preciso estar preparado para o que vier pela frente. E, para isso, muito treino é fundamental. Segundo a professora de redação, Tanay Gonçalves, que atua no COC Floripa e AZ Floripa, a orientação é optar por estudos em eixos temáticos, como social, saúde, ambiental, educacional e tecnológico.
— Então, por exemplo, sobre o eixo relacionado ao meio ambiente, é válido refletir sobre assuntos como: reciclagem, queimadas, maus-tratos aos animais, tráfico de animais, acesso à água potável. Já o eixo social é o que mais tem temas que podem ser pensados, como questão de moradia, valorização dos idosos e combate à fome.
Segundo o professor, estudar dessa forma faz com que o aluno esteja preparado para diversas possibilidades, além de evitar a frustração de ter apostado exclusivamente em um ou dois temas.
— É preciso saber falar sobre qualquer assunto — reforça Tanay.
Mas, para se preparar para a redação e conquistar o embasamento necessário para argumentos na redação, o estudante deve escrever toda semana nesta reta final, para treinar, principalmente, a estrutura da redação, com bastante foco na conclusão.
— Além disso, sugiro um estudo semanal de eixos temáticos, procurando repertórios mais amplos que possam ser utilizados em variados temas. Por fim, é importante que os estudantes lembrem de valorizar aquilo que gostam e que consomem, por exemplo, pensar quais temas podem ser relacionados à música que eles gostam de ouvir, ou às séries que costumam maratonar. Fazer isso torna o processo mais prazeroso.
Quais as principais dicas para não cometer erros na prova
Mais de 3,9 milhões de pessoas estão inscritas no Enem deste ano, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A Cartilha do Participante da Redação do Enem 2023, elaborada pelo instituto, destaca que a prova de redação exige a “produção de um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política”.
5 dicas para se preparar para o Enem
De acordo com o Inep, entre os pontos que serão avaliados, estão a defesa de uma opinião sobre o tema proposto, com “argumentos consistentes, estruturados com coerência e coesão, formando uma unidade textual”.
O estudante deve escrever conforme a modalidade escrita formal da língua portuguesa e desenvolver uma proposta de intervenção social para o problema apresentado, respeitando os direitos humanos.
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Segundo o professor, os erros mais cometidos na redação são relacionados à adequação ao tema e em seguir a estrutura textual exigida pela banca.
— Então, é imprescindível ler a frase de comando com muita atenção, além de analisar com calma todos os textos de apoio. Eles possuem uma lógica em relação ao assunto, pois todos falam da mesma temática já apontando perspectivas sobre o tema proposto.
O estudante ainda deve revisar a estrutura da dissertação do ENEM, com quatro parágrafos com uma conclusão propositiva, ou seja, apresentando soluções para resolver a problemática apontada pelo tema.
Como a prova será avaliada
A Cartilha do Participante aponta que o texto produzido será avaliado por, pelo menos, dois professores graduados em Letras ou Linguística. As notas serão dadas, de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro professor.
São cinco competências citadas na prova. A primeira é a demonstração do domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa. A segunda é a compreensão da proposta de redação e aplicação de conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
A terceira competência prevê a seleção, organização e interpretação de fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista, enquanto a quarta é a demonstração de conhecimento dos mecanismos linguísticos para elaborar a argumentação. Por último, o estudante deve sugerir uma intervenção para o problema abordado, com base no respeito aos direitos humanos fundamentais.
Cada professor vai avaliar a prova com uma nota entre 0 e 200 pontos para cada uma das cinco competências, sendo que a soma poderá chegar a 1000 pontos por avaliador. Depois, será efetuada a média aritmética das notas totais atribuídas pelos dois avaliadores. Se houver muita discrepância, haverá um terceiro avaliador.
Como não zerar na redação
Termos ofensivos e fuga total ao tema estão entre os fatores que podem levar o estudante a zerar a redação. Entre outros motivos citados pelo Inep na Cartilha do Participante, estão a não obediência ao tipo dissertativo-argumentativo, extensão de até sete linhas manuscritas, ou extensão de até 10 linhas escritas no sistema braille. Também pode tirar zero na redação quem copiar textos das provas do Enem, seja das questões de temas anteriores ou da própria questão da redação.
O estudante também não deve desenhar na folha de redação ou redigir números ou sinais gráficos, entre eles a contagem das linhas da margem esquerda, assim como assinar nome, iniciais, apelido, codinome ou rubrica. Capriche na letra, pois se o texto estiver ilegível, também é um fator que pode resultar em nota zero.
