Luis Caputo, ministro da Economia da Argentina anunciou nesta terça-feira (12) uma série de medidas para a nova gestão do presidente recém-empossado Javier Milei, incluindo a forte desvalorização do peso e corte de subsídios.
As informações são da CNN.
A fala de foi gravada previamente e transmitida pouco depois das 19h (horário de Brasília). Segundo o ministro, a atual situação da Argentina é uma “catástrofe”.
“Se continuarmos como estamos, estaremos inevitavelmente a caminho da hiperinflação, como disse o presidente, em níveis de 15.000% ao ano”, disse.
A meta para a taxa de câmbio será de US$ 1 para 800 pesos (cerca de R$ 10,80). Hoje, a cotação oficial encerrou a 366 pesos (R$ 4,96).
O pacote de medidas também inclui a redução dos subsídios para os setores de transporte e energia, além do fim das licitações para novas obras públicas.
As medidas vem acompanhadas de dobrar os subsídios sociais para família de baixa renda.
O objetivo é controlar inflação argentina, que em outubro alcançou o patamar de 142% em 12 meses.
Caputo, porém, adiantou que a situação não deve aliviar para a população no curto prazo.
“Estaremos pior do que antes durante alguns meses”, disse.
“Na Argentina gastamos mais do que arrecadamos. Funciona como em casa, se o país tiver que gastar mais do que arrecada, pede ao FMI, aos bancos ou ao Banco Central”, disse.
Ele também frisou que as contas públicas estão altamente enfraquecidas - o país esteve deficitário em 113 dos últimos 123 anos.
“Temos que resolver o vício do défice fiscal”, pontuou, afirmando que a nova gestão vai buscar solução do problema “na raiz”.
“Para muitos, se endividar é um capricho do ministro da Economia de plantão. Não é assim”, afirmou.
O pacote de medidas do novo governo também foca nas transações internacionais do país.
Caputo anunciou que a Argentina avançará na eliminação de tributos para exportações, enquanto substituirá o sistema para aprovação das licenças de importação.